terça-feira, 17 de janeiro de 2017

MA LIANG E O SE PINCEL MÁGICO ( Uma história do povo Han) - Contos Populares Chineses - 2ª Parte

....Mas nenhum segredo se pode guardar para sempre...
    A notícia do pincel mágico de Ma Liang chegou em breve aos ouvidos de um rico senhor da aldeia; e esse senhor mandou dois dos seus homens trazerem-lhe o rapaz e obrigou-o a pintar para ele.
    Embora Ma Liang fosse ainda um rapazinho, era muito corajoso. Tinha observado bem todos aqueles ricos e, quer o senhor o ameaçasse ou o lisonjeasse, recusava-se a pintar para ele uma única figura. O senhor fechou-o num estábulo para o deixar morrer à fome.
    Três dias depois começou a nevar fortemente e a neve formava uma camada espessa no chão.
    Pensando que Ma Liang já devia ter morrido de frio, senão de fome, o senhor dirigiu-se ao estábulo para o confirmar. Quando se aproximou da porta, viu através das frinchas brilhar a luz vermelha duma fogueira e sentiu um cheiro delicioso a comida. Espreitando por uma fresta viu, nem mais nem menos, Ma Ling a aquecer-se junto de um grande fogão e a comer bolos quentes! O senhor mal podia crer nos seus olhos. Donde tinham vindo o fogão e os bolos? Então deduziu que Ma Liang os tinha certamente pintado. Tremendo de cólera, ordenou aos seus homens que matassem Ma Liang e se apoderassem do pincel mágico.
    Mas no momento em que uma dúzia de homens dos mais terríveis entrava no estábulo, Ma Liang já tinha desaparecido da vista é apenas encontraram uma escada encostada à parede, pela qual ele tinha fugido. O senhor não esperou um segundo para subir a escada em sua perseguição, mas tropeçou e caiu antes de chegar ao terceiro degrau. Quando se pôs de novo em pé, a escada tinha desaparecido.
    Depois de fugir de casa do senhor, Ma Liang compreendeu que não podia esconder-se na aldeia porque isso só traria dissabores aos amigos que lhe dessem abrigo. Tinha de partir para longe. Fez um aceno de despedida para as casas que lhe eram familiares e murmurou: 'Adeus, queridos amigos!'
    Pintou então um belo cavalo, montou e partiu a galope pela estrada fora.
    Não tinha ido muito longe, quando ouviu um burburinho atrás de si; virou a cabeça e viu que o senhor e cerca de vinte dos seus lacaios o perseguiam a cavalo. Traziam archotes acesos e na mão do senhor brilhava uma espada.
    Não tardaram a aproximar-se. Ma Liang desenhou tranquilamente um arco e uma flecha com o seu pincel mágico e ajustou a seta ao arco. 'Zás'. A seta atravessou a garganta do senhor que caiu do cavalo de cabeça para baixo. Então, Ma Liang chicoteou o seu próprio corcel de tal maneira que ele voou como se tivesse asas.
    Durante muitos dias e muitas noites, Ma Liang galopou pela estrada fora sem parar, até que chegou a uma cidade onde decidiu permanecer; estava agora bem longe da sua aldeia natal. Como não conseguiria arranjar trabalho naquela cidade, tinha de pintar alguns quadros e vendê-los no mercado. Mas para que o seu segredo não fosse descoberto, teve o cuidado de não deixar que os seus desenhos adquirissem vida, desenhando para isso, pássaros sem bico ou outros animais sem uma perna.
    Um dia, depois de ter pintado um grou sem olhos....... CONTINUA

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