segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A SOMBRA DA AMOREIRA ( Uma história Uighur) - Contos Populares Chineses

    Uma vez, numa aldeia, vivia um homem rico, numa grande casa à beira da estrada. Mesmo à porta da casa, havia uma frondosa amoreira. E de verão, todos os dias, o homem rico ia sentar-se à fresca sombra da árvore.
    Um dia, um homem pobre passou por ali e sentou-se ele debaixo da árvore para descansar. Nisto o homem rico saiu de casa para se refrescar à sua sombra, como de costume.
    — Olá, tu! Não podes estar aí! Levanta-te e vai-te embora! - gritou o homem rico.
    — Levanto-me?! Porquê? Quero descansar aqui - replicou o homem pobre.
    — Esta é a minha árvore. Eu é que a reguei e tratei desde pequena. É natural que a sombra me pertença - disse o homem rico.
    — Bem, se o caso é esse, vende-ma - disse o homem pobre. — Tenho dinheiro para a pagar.
    Quando o homem rico ouviu falar em dinheiro, ficou todo satisfeito.
    — Muito bem. Vendo-a — concordou ele.
    Depois de ouvidos três ou quatro medianeiros, ajustou-se um preço e a sombra foi vendida.
    Daí em diante, dia após dia, o homem pobre ia sentar-se e descansar à sua sombra.  Às vezes a sombra estendia-se sobre o pátio; outras vezes, entrava pela cozinha; mas onde quer que a sombra calhasse estar, o homem pobre seguia-a. Às vezes, a árvore ensombrava o salão do homem rico. Mesmo aí, o homem pobre procurava-a alegremente. Ora no pátio, ora em casa, o homem pobre seguia a sombra. Havia dias em que descansava à sombra sózinho. Mas noutros convidava amigos com burros ou outros animais, para gozarem também da sua sombra.
    Chegou o dia em que o homem rico não pode suportar por mais tempo calado, aquele estado de coisas.
    — Ei! Como te atreves a entrar no meu pátio e na minha casa para descansar? - perguntou, irritado. — Não podes fazer isso! Estás a ouvir?
    — Porquê? Não te paguei eu a sombra? - replicou o homem pobre. — Tenho que descansar onde ela estiver.
    O homem rico ouviu e espumejou e trovejou, mas nada havia a fazer. Na verdade, ele tinha-olha vendido.
    Um dia, estava ele a receber visitas, entrou o homem pobre e sentou--se à sombra. As visitas acharam aquilo muito estranho. Mas quando souberam que o homem rico a tinha vendido, desataram a rir, alto e bom som.
    Foi demais para o homem rico. Tornou-se-lhe intolerável continuar a viver ali. Mudou-se para outra aldeia.
    O homem pobre instalou-se a si próprio na casa e à sua mula no estábulo do homem rico.
    Desde aí, quem quer que se acolha à sombra duma amoreira à beira da estrada, pode estar sossegado que ninguém lhe fará mal.

2 comentários:

  1. Pois e, tanta gente que se senta a sombra ,da amoreira dos outros , pelo menos os ricos ,mas este pobre comprou a sombra ,e vai dai onde a sombra chegasse ele também chegava ,tanto andou que o rico espantou , mas essa gente rica ,que só querem o mal dos pobres ,armam-se , em espertos este lixou-se ,quem tudo quer ,tudo perde , eu já fiz um comentario de um rico muito avarento ,para quem os meus avós paternos trabalhavam , um dia a minha avo que Deus tem , foi com um ancinho ,o ancinho e como um pente na ponta de um pau ,ela precisava da caruma ,ou do cisco ,dos pinheiros , e foi apanhar para acender a lareira , onde fazia a comida , ela tinha o molho pronto , ai surge o problema ,como ia pólo para a cabeça , pensou , empurrou o molho contra um pinheiro , e subiu o molho ate altura dela e pólo a cabeça ,os meus avós eram caseiros desse rico avarento ,a bouça eram os meus avós que a tratavam , a minha avo tinha o cisco na cabeça ,aparece o bicho avarento , entao apanhar cisco ? sim senhor Fernando , algum mal nisso ? ele disse-lhe agora vá levar a minha casa esse cisco, ainda era longe ,mas toda a gente obedecia ao bicho, a minha avo foi levar a casa dele ,e pensou ,? tenho la em casa um pouco vou remediar com o que tenho , la diz o velho ditado , fui a rua envergonhei-me , vim para casa e remediei-me , era a luta pela subsistência, todos os minutos eram contabilizados ,para o trabalho , mas esse rico avarento em frente de casa dele tinha um campo enorme , em frente desse campo há umas casas ,ainda la estão , um miúdo foi apanhar ,ou sara-magos ,não era o nosso Novel de Literatura , mas eram umas ervas que nasciam nas bermas, sem ninguém as plantar ,para os coelhos a mae mandou , o rapaz andava na berma ,do lado de dentro do campo , aparece o avarento , e tudo nosso ,o rapaz fez xixi pelas pernas abaixo , mas o avarento ,levou o rapaz ,e prendeu no curral das vacas todo o dia , ate que os pais do rapaz chegaram , ainda os queria prender ameaçou os pais do rapaz que chamava a GNR de Leça , da palmeira ,ainda lhe pediram desculpa , por estas coisas e outras tenho uma revolta dentro de mim ,que não lhe perdoou!! e fácil eu perdoar ,como Deus nos ensinou , mas estas coisas marcaram a minha infância,,,,
    M FATIMA OLIVEIRA

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  2. Sim. Cometeram-se, cometem-se e, infelizmente, acho que se cometerão sempre 'abusos de autoridade' ou de riqueza ou de erudição ou do que quer que seja que, supostamente, atribuem 'superioridade' a quem teve a sorte de ter um trajeto de vida mais facilitado. Mas esses comportamentos dizem mais de quem os tem do que de quem se sujeita a eles. É gente egoísta e mal-formada, sem empatia e sem valores humanísticos. São pessoas demasiado frágeis e inseguras que em vez de buscar dentro de si a força e a segurança que lhes permitiria a 'felicidade possível' e a capacidade de ' amar o próximo' - a brincar, costumo dizer que para essas pessoas 'amar o próximo' é amar o que há-de vir a seguir :) -, se refugiam nos seus medos e os projetam naqueles que lhes parecem mais frágeis por alguma razão. São 'arremedos' de pessoas e não verdadeiras pessoas. Para perceber o outro é preciso 'calçar os seus sapatos' e os sapatos às vezes apertam e aleijam!

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