sábado, 31 de dezembro de 2016

CONTOS POPULARES CHINESES - O terceiro filho e o governador - Continuação

...a rapariga ficou timidamente em frente dele.
    — Linda menina, és tão boa em cozinhar para mim todos os dias...Quem és tu e de onde vieste?
    — Não tens que me agradecer - respondeu a jovem. — O que eu faço por ti não é nada. Sou a filha do Rei Dragão e estou aqui em agradecimento por teres salvo o meu irmão.
    Depois disto, tornaram-se marido e mulher, e toda a gente vinha de longe e de perto para os felicitar e verem com os seus olhos a novidade do terceiro filho ter casado com a filha do Rei Dragão.
    Um dia, um lacaio do governador do condado passou por ali e imediatamente foi contar ao seu senhor ter visto uma linda rapariga que viera do palácio do Rei Dragão. Daí em diante, muitos aborrecimentos esperavam o jovem casal. Poucos dias depois, o governador ordenou que o terceiro filho comparecesse perante ele.
    — Em todas as aldeias que estão sob o meu governo quer sejam pequenas ou grandes, tudo se faz segundo as minhas ordens - disse o tirano ao terceiro filho. — E as minhas ordens são que me envies a tua mulher dentro de três dias. Se o não fizeres, mando cortar-te a cabeça!
     — Podes pedir-me tudo menos a minha mulher - respondeu o jovem esposo com firmeza.
    O governador contraiu o rosto num sorriso perverso.
    — Posso pedir-te tudo, disseste tu? Está muito bem. Já que és pescador, dentro de três dias, traz-me cento e vinte carpas, todas do mesmo tamanho, todas do mesmo tom de vermelho e pesando cada uma exatamente 300 gramas.
    Quando chegou a casa, o terceiro filho estava muito preocupado e contou à mulher o que o governador exigirá. Mas ela confortou-o.
    — Não te preocupes! Eu trato de tudo!
    E logo ali, recortou numa folha de papel encarnado cento e vinte carpas do mesmo tamanho; deitou-as numa vasilha que encheu de água fria e puf! As cento e vinte carpas de papel vermelho transformaram-se em verdadeiras carpas, todas da mesma cor e do mesmo tamanho. Nadavam à volta da vasilha e eram tão bonitas que o terceiro filho não podia deixar de olhar para elas de boca aberta, agradavelmente surpreendido. Porém, teve de as ir entregar ao governador. ... (CONTINUA)

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