sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

CONTOS POPULARES CHINESES -O terceiro filho e o governador (3ª parte)

...pede-lhe uma galinha branca.
    Na manhã seguinte, o terceiro filho foi despedir-se do Rei Dragão. O rei, muito amavelmente, apontou para várias salas cheias de ouro e prata e disse:
    — Leva o que quiseres das coisas preciosas que aqui estão!
    O terceiro filho olhou para as barras de ouro cintilantes, para a prata, para as pérolas e jóias, mas lembrando-se do que o filho do rei lhe dissera, respondeu simplesmente:
    — Vivo sózinho e tenho o suficiente para comer e vestir, Rei Dragão, mas às vezes sinto-me só. Se não te importasses, gostava de ter uma galinha branca para me fazer companhia.
    O Rei Dragão reflectiu no pedido por momentos, cofiando a sua barba branca, e por fim ofereceu a galinha ao terceiro filho.
    O terceiro filho logo a meteu numa gaiola. De regresso a casa, continuou a ir todos os dias à pesca e a vender o produto do seu trabalho. Mas todos os dias, quando voltava, tinha belos manjares e arroz fumegante à sua espera na mesa!
    Ao princípio, pensou que talvez fossem os vizinhos que tivessem cozinhado para ele. Mas quando lhes foi agradecer, eles mostraram-se muito surpreendidos, pois nenhum deles tinha cozinhado nada. O terceiro filho estava tão intrigado que um dia ficou em casa para descobrir. Mas ninguém apareceu a cozinhar para ele. No dia seguinte, como de costume, foi à pesca. E, quando regressou, tinha outra vez a comida na mesa. Pensou e tornou a pensar quem seria que lhe preparava as refeições, a fim de lhe poder agradecer. No dia a seguir, fingiu apenas que ia à pesca e, a meio caminho, voltou para trás. Espreitou através duma frincha da porta e viu uma rapariga, com uma saia garrida é uma blusa branca, em frente do fogão a cozinhar! Não se pode conter e exclamou:
    — Como lhe poderei agradecer, linda menina?
    Mal o ouviu, ela bateu as palmas, transformou-se repentinamente na galinha branca e escondeu-se na gaiola.
    O terceiro filho nada mais podia fazer senão esperar pelo dia seguinte. Fingiu novamente que ia pescar. Voltou para trás a meio caminho, e espreitou. Daí a pouco, viu a galinha branca transformar-se numa linda rapariga. Abriu logo a porta de par em par. Sem poder voltar para a gaiola, a rapariga ficou timidamente em frente dele. .... (CONTINUA)
 

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